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1 de agosto de 2011

Natureza e Cultura - Claude Lévi Strauss

            Lévi-Strauss ao escrever o artigo sobre Natureza e Cultura ele faz uma analise bastante esclarecedora ao se aprofundar na distinção entre estado de natureza e estado de sociedade. Ao fazer essa distinção, ele tenta mostrar a diferença entre o ser biológico e o ser cultural, ou seja, ao mesmo tempo em que o homem é um ser biológico que em determinadas situação reagem por instinto a partir do físico-biológico, ele também reage a partir do estimulo psicossocial, isto é, pelo peso cultural imposto pela sociedade em que ele participa. Mas, o autor deixa claro que essa distinção não é simples de se fazer, pois a partir do momento em que uma criança nasce ela está sendo introduzida da forma cultural que lhe arrodeia, sendo assim, influenciada a ter reações semelhantes a sociedade pertencente. Portanto, sabemos que alguns comportamentos são simplesmente naturais e independentes do âmbito social a que pertence:
“Porque permanece sempre aberta a questão, de saber a questão, de saber se a reação estudada está ausente por causa de sua origem cultural ou porque os mecanismos fisiológicos que condicionam seu aparecimento não se acham ainda montados, devido à precocidade da observação. O fato de uma criancinha não andar não poderia levar á conclusão da necessidade da aprendizagem, porque se sabe, ao contrário, que a criança anda espontaneamente desde que organicamente for capaz de fazê-lo.” (M. B. McGraw, 1944 )
              Podemos deixar claro que segundo o artigo “Natureza e Cultura, mesmo que uma criança cresça isoladamente de um âmbito social, não podemos considera-la como criança selvagem. Pois, como no exemplo de Voltaire, por mais que uma abelha esteja perdida de sua colmeia e não consiga voltar sozinha para ela, não podemos chama-la de uma abelha selvagem, porque ela não passa de uma abelha perdida.
“É impossível, portanto, esperar no homem a ilustração de tipos de comportamento de caráter pré-cultural. Será possível então tentar um caminho inverso e procurar atingir, nos níveis superiores da vida animal, atitudes e manifestações nas quais se possam reconhecer o esboço, os sinais precursores da cultura? Na aparência, é a oposição entre comportamento humano e o comportamento animal que fornece a mais notável ilustração da antinomia entre a cultura e a natureza.”  (P. Guillaume e I. Meyerson, vol. 27, 1930; vol. 28, 1931; vol. 31, 1934; vol. 34, 1938.)
           Um fato interessante a ser relatado é que podemos saber que a parte que mais se aproxima da nossa natureza, são os sentimentos, pois são através deles que agimos por instintos indeterminadas vezes. Acredito que seria como se agíssemos pelo irracional, visto que o racional é tudo que é imposto pelo patrão social. No entanto, como Lévi-strauss deixa claro, “nenhuma análise real permite apreender o ponto de passagem entre os fatos da natureza e os fatos da cultura, além do mecanismo da articulação deles”. Isso quer dizer que;
“É fácil reconhecer no universal o critério da natureza. Porque aquilo que é constante em todos os homens escapa necessariamente ao domínio dos costumes, das técnicas e das instituições pelas quais seus grupos se diferenciam e se opõem. Na falta de análise real, os dois critérios, o da norma e o da universalidade, oferecem o principio de uma análise ideal, que pode permitir – ao menos em certos casos e em certos limites - isolar os elementos naturais dos elementos culturais que intervêm nas sínteses de ordem mais complexa. Estabeleçamos, pois, que tudo quanto é universal no homem depende da ordem da natureza e se caracteriza pela espontaneidade, e que tudo quanto está ligado a uma norma pertence à cultura apresenta os atributos do relativo e do particular.” (Cf. A.L. Kroeber. Vol. 45, n. 3, 1939, p. 448.)
Lévi-Strauss, mas na frente do artigo vai abordar a questão que ele considera primordial para toda as sociedade, universalizado a questão do incesto. Pois, ele vai afirmar que em todo âmbito social, existe uma regra determinante para o incesto. Sendo assim universalizada. Lévi-Strauss, trata esse assunto como primordial para todas as sociedades, onde é a partir daí que gera uma socialização entre os grupos sociais. Isto é, uma regra necessária para a troca e com isso o desenvolvimento de toda e qualquer sociedade. O autor vai abordar que não se trata apenas da proibição do incesto, partindo da lógica que em todo grupo social, vá existir alguma forma de proibição de casamento.
            Na nossa sociedade a proibição do incesto é sempre relacionada ao sagrado, porém ao longo dos anos essa proibição vem taxada também pela influencia cientifica, onde, afirma que relacionamentos de incestos causam deformação congênita, no entanto, essa proibição não é algo falado, porque não é necessário saber "o por quê?", “Esta proibição não existe...; ninguém pensa em proibi-la. É alguma coisa que não acontece. Ou, se por impossível isso acontece, seria alguma coisa inaudita, um monstrum, uma transgressão que espalha o horror e pavor.” (L. Lèvy-Bruhl, Paris 1981, p. 247.)  

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