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2 de agosto de 2011

Princípio da Reciprocidade - Claude Levi Strauss

        O princípio da reciprocidade é um dos componentes do conjunto da troca, na qual suas leis se estendem aos objetos, bens e mulheres. A troca é a comunicação. Lévi-Strauss quer mostrar que a troca não é apenas uma característica primordial de sociedades primitivas, mas evidente em diversas instancias das sociedades contemporâneas. O autor vai falar que o princípio da reciprocidade, age de duas formas complementares, ou pela constituição de classe que delimita automaticamente o grupo dos cônjuges possíveis ou pela determinação de uma relação, ou de um conjunto de relações que permitem dizer em cada caso se o cônjuge considerado é desejável ou excluído. Os dois critérios são dados simultaneamente, mas sua importância relativa varia. (LÉVI-STRAUSS, 1976, p. 107).  
            Com o sistema de troca podemos trazer a problemática do incesto, que Lévi-Strauss a trata como uma questão universal. Pois a proibição seria necessária, para exogamia, e das trocas matrimonias. Para Lévi-Strauss as regras da reciprocidade e da exogamia foi criada, para resolver o problema das mulheres, que eram desejadas por todos. Gerando assim a necessidade da troca, já que as mulheres não podem ser de todos os indivíduos ao mesmo tempo, eles trocam suas mulheres por irmãs, filhas todos outros. Pois qualquer que seja forma da reciprocidade, trás com ela a regra suprema da dádiva de Marcel Mauss. Quando Mauss desenvolveu seu trabalho “ensaio sobre a dádiva” ele vai trazer a questão do princípio da reciprocidade, como um modelo universal de relações mesmo que seja desenvolvido de formas diferentes de cultura a cultura. Mauss ao analisar a sociedades arcaicas da polinésia e melanésia, ele notou que seus dons recíprocos são fatos sociais, sejam eles econômicos, religiosos, morais, sócias e entre outros. Todos eles têm significados diferentes.
            Voltando para Lévi-Strauss, ele vai dizer que é primordial que a união do casamento seja entre duas linhagens e duas famílias sem laços entre si, e cabe a mulher essa função de ligar o relacionamento social entre ambas, ou seja, a mulher cria um laço social entre as famílias cumprindo o princípio da exogamia. A mulher vai fazer o papel do objeto de troca, como a moeda nas relações econômicas. A regra da exogamia não é uma regra negativa que proíbe o casamento com primas ou irmãs, mas uma regra positiva que afirma a existência social dos outros, entre os quais se escolhem as mulheres: o princípio da exogamia assinala a necessidade de estabelecer alianças e laços sociais com outras linhagens ou famílias.
            A troca é a comunicação social, vista tanto por Mauss como Lévi-Strauss. A dádiva de Mauss, trás para nós a visão de um sistema de troca perfeito. Onde o individuo recebe um objeto, e sente a necessidade de retribuir-lo com algo do mesmo valor. No exemplo de Lévi-Strauss a mulher seria esse objeto, esse bem, que com o efeito da troca, tanto trás afinidade, em grupos sociais, como também causa uma interação de respeito e prestígio. Fazendo assim, as famílias interagirem, com uma ligação não apenas sociais, mas também carnais e espirituais. Sempre com um sentido compensatório, vão se estabelecendo o sistema de troca justas, e o principio da reciprocidade, sempre com o ideal de trocas de objetos do mesmo valor, causando assim ligações e laços de amizades, e até mesmo de rivalidades.

Um comentário:

  1. Tu escreve bem cara, acho que em qualquer relação pessoal há um interesse, tem tanta gente hipócrita que diz que não, defendendo o amor e/ou a própria obsessão...mas, eu achei que ficou bem mecânica a sua exposição, e o engraçado de escrever é isso, escritores dizendo mesma coisa de forma diferente.
    Parabéns.

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