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1 de agosto de 2011

Leve Comparação entre: Ensaio Sobre a Dádiva - Marcel Mauss e Natureza e Cultura - Claude Lévi Strauss

Poucas pessoas puderam ler o Ensaio sobre a Dádiva sem sentir toda a gama das emoções tão bem descritas por Malebranche ao evocar sua primeira leitura de Descartes: o coração palpitando, a cabeça fervendo e o espírito invadido de uma certeza ainda indefinível, mas imperiosa, de assistir a um acontecimento decisivo da evolução científica. (Lévi-Strauss, introdução: 28)
            Não é difícil de associar o pensamento de Lévi-Satrauss, com o pensamento de Marcel Mauss, ainda mais quando se trata do ensaio sobre a dádiva. Pois sabemos que Lévi-Strauss foi um seguidor do pensamento de Mauss. Sendo assim, se pegarmos a teoria da troca, “da dádiva” de Mauss e relacionarmos com o artigo Natureza e Cultura de Lévi-Strauss, podemos perceber que uma visão complementa a outra. Visto que, a teoria da troca parte dos segmentos de dar, receber e retribuir, isto é, a adoção. Envolvendo-se assim o individuo social e o natural, ou seja, quando se tratamos do assusto polemico do incesto, percebemos que o ser cultural fala tão alto que o ser animal obedece ao padrão social existente. E é a partir desse pressuposto, que podemos interligar o sistema de troca com o ser natural e cultural, com isso  a proibição do incesto, causa uma influencia de interação social entre as famílias, isso quer dizer um sistema de troca.
            Na nossa sociedade, o casamento é realizado a partir da troca simbólica de anéis, que faz com que exista um laço imaginário entre as duas almas relacionadas. No entanto se formos pensar racionalmente percebemos que o padrão familiar existe exatamente a partir da troca, mas não só da troca simbólicas de anéis, também da troca de famílias, pois a interação que existe entre as famílias parte da base do respeito, do prestígio, coisas  são conquistadas ao longo do tempo, fazendo assim com que a união das famílias seja uma coisa sagrada. Isso faz com que o ser cultural ganhe espaço em cima do ser animal.
Portanto, acredito que tanto para Mauss como para Lévi-Strauss, o casamento seria uma explicação complementar para explicar a junção dos pensamentos. Visto que se o incesto não fosse negado diante das sociedades, levaríamos a uma desordem total. Isto é, o padrão existente da proibição do incesto, parte da união do casamento entre membros da mesma família, porém, sabemos que isso é abominado na nossa sociedade. No entanto, existem grupos sociais, como no caso citado por Ralph Linton que “observou-nos um dia que na genealogia de uma família nobre de Samoa, estudada por ele, em oito casamentos consecutivos entre irmão e irmã somente se refere a uma irmã mais moça, e que a opinião indígena tinha condenado como imoral.” (E. Amelineau, vol 6, 1895). Entretanto isso não está abolindo a proibição do incesto, já que isso só era entendido como um privilegio dos filhos primogênitos, e “além da mãe e da filha, a irmã mais moça continua sendo cônjuge proibida, ou pelo menos desaprovado.”( W. M. Flinders-Petrie, 1923, p. 110ss.)
Para finalizarmos, acho que ficou claro que é a partir da proibição universal do incesto que existe um sistema de troca que faz com que exista interação entre os clãs, fazendo com que as sociedades se desenvolvam, causando assim, um relacionamento entre todas as instituições religiosas, jurídicas, econômicas e etc. A troca é um sistema universal, não só pela necessidade, mas para um controle social. De afinidades, prestígios, respeitos e financeiros.  

Um comentário:

  1. Muito interessante seu blog. Parabéns, continue postando sempre!

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